Oração a Nossa Senhora das Dores

Ó Mãe de Jesus e nossa Mãe, Senhora das Dores, nós vos contemplamos, pela fé, aos pés da cruz, tendo nos braços, o corpo sem vida do vosso Filho. Uma espada de dor, transpassou vossa alma, como predissera o velho Simeão. Vós sois a Mãe das dores. E continuais a sofrer as dores do nosso povo, porque sois Mãe companheira, peregrina e solidária.

Recolhei em vossas mãos os anseios e as angustia do povo sofrido, sem paz, sem pão, sem teto, sem direito a viver dignamente. E com vossas graças, fortalecei aqueles que lutam por transformações em nossa sociedade.

Permanecei conosco e dai-nos o vosso auxílio, para que possamos converter as lutas em vitórias e as dores em alegrias.

Rogai por nós, ó Mãe de Deus, porque não sois apenas a Mãe das dores, mas também a Senhora de todas as graças. Amém!

Terço de Nossa Senhora das Dores

O TERÇO DAS SETE DORES DA VIRGEM MARIA.

Início:

D- Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
R- Amém!
D- Nós vos louvamos, Senhor, e vos bendizemos!
R- Porque associastes a Virgem Maria à obra da salvação.
D- Nós contemplamos vossas Dores, ó mãe de Deus!
R- E vos seguimos no caminho da fé!

Oração Inicial:

Virgem Dolorosíssima, seríamos ingratos se não nos esforçássemos em promover a memória e o culto de vossas Dores particulares graças para uma sincera penitência, oportunos auxílios e socorros em todas as necessidades e perigos. Alcançai-nos Senhora, de Vosso Divino Filho, pelos mérito de Vossas Dores e lágrimas, a graça…(pedir a graça)

1ª Dor – Profecia de Simeão

Simeão os abençoou e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de contradição. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma (Lc 2,34-35).
1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

2ª Dor – Fuga para o Egito

O anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: Levanta, toma o menino e a mãe, foge para o Egito e fica lá até que te avise. Pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo. Levantando-se, José tomou o menino e a mãe, e partiu para o Egito (Mt 2,13-14).
1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

3ª Dor – Maria procura Jesus em Jerusalém

Acabados os dias da festa da Páscoa, quando voltaram, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais o percebessem. Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia e o procuraram entre parentes e conhecidos. E, não o achando, voltaram a Jerusalém à procura dele (Lc 2,43b-45).
1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

4ª Dor – Jesus encontra a Sua Mãe no caminho do Calvário

Ao conduzir Jesus, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus. Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e o lamentavam (Lc 23,26-27).
1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

5ª Dor – Maria ao pé da Cruz de Jesus

Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Vendo a Mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse Jesus para a mãe: Mulher, eis aí o teu filho! Depois disse para o discípulo: Eis aí a tua Mãe! (Jo 19,15-27a).
1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

6ª Dor – Maria recebe Jesus descido da Cruz

Chegada a tarde, porque era o dia da Preparação, isto é, a véspera de sábado, veio José de Arimatéia, entrou decidido na casa de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos, então, deu o cadáver a José, que retirou o corpo da cruz (Mc 15,42)
1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

7ª Dor – Maria deposita Jesus no Sepulcro

Os discípulos tiraram o corpo de Jesus e envolveram em faixas de linho com aromas, conforme é o costume de sepultar dos judeus. Havia perto do local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda fora depositado. Foi ali que puseram Jesus (Jo 19,40-42a).
1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

Rezemos juntos:

Infinitas graças vos damos, ó Soberana Rainha, pelos benefícios que todos os dias recebemos de vossas mãos liberais. Dignai-vos, agora e para sempre tomar-nos debaixo do vosso poderoso amparo e para mais vos obrigar, vos saudamos com uma Salve Rainha:

Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve! A vós bradamos os degredados filhos de Eva, a vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, Advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre. Ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria. Rogai por nós Santa Mãe de Deus. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.

A história da Devoção

A devoção à Mãe Dolorosa data dos primeiros tempos da Igreja. O primeiro exemplo é de S. João aos pés da Cruz. Esta devoção ganhou um lugar na história da Igreja através da narrativa do Evangelho de S. João — “Junto à Cruz de Jesus estava a Sua Mãe…” (Jn. 19:25).

Embora a devoção tivesse sempre sido parte da piedade católica, só no Século XIII começou a florescer muito mais a devoção de meditar nas dores de Nossa Senhora. Em Florença, sete homens santos de famílias nobres deixaram a cidade, procurando a solidão no Monte Senário, e juntos formaram uma comunidade, dedicando as suas vidas à oração e à penitência. Os sete santos homens tinham todos uma forte devoção a Nossa Senhora.

Na Sexta-Feira Santa de 1239, ao meditarem na Paixão de Nosso Senhor e nos sofrimentos de Nossa Senhora, Ela apareceu-lhes e revelou-lhes o Seu desejo de que eles formassem uma Ordem dedicada à prática e à difusão da devoção das Suas Dores. Estes homens foram os fundadores da Ordem religiosa dos Servos de Maria (ou Servitas), e todos eles são hoje santos canonizados.

A pedido de Nossa Senhora, os sete fundadores determinaram, como objectivo da sua Ordem, a meditação sobre as dores sofridas por Nossa Senhora na Vida, Paixão e Morte do Seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, e dedicaram-se a promover entre todos os Católicos a devoção de meditar nas Sete Dores de Nossa Senhora, introduzindo o Terço (ou Pequeno Rosário) das Sete Dores da Santíssima Virgem Maria.

O culto a Nossa Senhora das Dores.

O primeiro documento que fala da festa litúrgica de Nossa Senhora das Dores é um decreto do Concílio Provincial de Colônia, Alemanha, de 1423, que introduz na região esta festa como reparação aos ultrajes feitos pelos seguidores de João Huss às imagens do Crucificado e da Virgem Maria aos pés da Cruz.

Diz textualmente o decreto: «Ordenamos e estabelecemos que, de agora em diante, a comemoração da angústia e da dor da bem-aventurada Virgem Maria seja celebrada todo ano, na sexta-feira depois do terceiro domingo após a Páscoa».

A festa evoca a cena do Calvário e a “recomendação” ou a “entrega” (= commendatio) da mãe que Jesus, agonizante na cruz, fez a João.

Anos depois, em 1482, o papa Sisto IV introduziu no Missal Romano a missa de “Nossa Senhora da Piedade”, que também evocava o acontecimento salvífico da presença de Maria ao pé da cruz.

Isso fez com que a festa se difundisse no ocidente com várias denominações e em datas diversas. Era também, chamada de “Transfixão ou martírio do Coração da B. Virgem Maria”, “Compaixão da B. Virgem Maria”, “Lamentação de Maria”, “Pranto da B. Virgem Maria”, “Sete Dores da B. Virgem Maria”. Como se vê, passa-se da cena ao pé da cruz (“commendatio”) para as diversas dores da vida de Maria (“Septem Dolores”).

Quanto à data, a festa era celebrada imediatamente antes ou depois da Páscoa.

Em 1668, a Sagrada Congregação dos Ritos autorizou a Ordem dos Servos de Maria a celebrar a missa votiva das Sete Dores da bem-aventurada Virgem Maria no terceiro domingo de setembro, com um formulário semelhante ao de 1482. Essa missa é a mesma inserida no Missal de Pio V na sexta-feira da Paixão.

Na realidade, a festa da Sexta-feira da Paixão, concedida em 1714 aos Servos de Maria, em 1727, a pedido deles, foi estendida a toda a igreja latina pelo papa Bento XIII, mediante o decreto Urbis et Orbis.

Coube a Pio VII, em 1814, estender a toda a Igreja latina a festa das Sete Dores de Nossa Senhora do terceiro domingo de setembro, ordenando que se utilizassem os mesmos formulários do ofício divino e da missa já em uso na Ordem dos Servos de Maria.

Com a reforma litúrgica promovida por Pio X em 1911, que visava a dar maior destaque ao Domingo como Dia do Senhor, a festa de Nossa Senhora das Dores foi antecipada para o dia 15 de setembro. Por fim, o Calendário Romano promulgado em 1960, suprimiu a comemoração da sexta-feira da Paixão e manteve só a de setembro, sob o título de “Nossa Senhora das Dores”.

Contudo, o calendário próprio da Ordem, aprovado pela Congregação do Culto Divino em 1971, traz seja a “festa” da sexta-feira depois do quinto domingo de quaresma chamada “Bem-aventurada Virgem Maria ao pé da Cruz”, seja a “solenidade” de 15 de setembro em honra de “Nossa Senhora das Dores, padroeira principal da Ordem”.

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